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Sociologia Clínica e Psicossociologia: Teorias e Práticas (Editora Fi, 2024)
A Sociologia Clínica e a Psicossociologia têm por base a epistemologia da recepção. Se ancoram na escuta clínica e na perspectiva da complexidade, atentando-se aos determinismos psíquicos e sociais (econômicos, raciais, de gênero, entre outros). Tratam-se de abordagens pluridisciplinares, cuja finalidade é compreender e intervir na realidade, levando em conta a interdependência entre social e psíquico. Ao reunir pesquisadores e pesquisadoras de distintas instituições e nacionalidades, esse livro busca situar o(a) leitor(a) sobre os fundamentos do arcabouço teórico-metodológico dessas abordagens sócio-clínicas.
A partir de diferentes temáticas e situações sociais, como o racismo, a marginalização, a precarização do trabalho e a migração, são discutidos, nesta obra, pressupostos, métodos, problematizações teóricas e alternativas de ação centradas na postura sócio-clínica. As questões evocadas buscam abrir um espaço amplo de diálogo com variadas disciplinas das ciências humanas e sociais, em especial entre psicologia, sociologia, antropologia, ciência política, história e economia.
Trabalho, Sociologia Clínica e Ação: alternativas à individualização do sofrimento (Editora Fi, 2021)
Diante do aumento da descartabilidade e da instabilidade profissional, intensificam-se as pressões, as exigências de desempenho e a competitividade em nossa sociedade. Quando surgem conflitos ou carga significativa de sofrimento nos espaços de trabalho, revelam-se hegemônicas dois tipos de respostas: indica-se a procura por médicos e/ou psicólogos, profissionais especialistas e encarregados de mitigar o sofrimento humano ou, mais comum em empresas, convocam-se consultores especializados em desenvolvimento organizacional, encarregados de gerenciar os conflitos para colocá-los a serviço da rentabilidade da organização. Embora cada uma dessas iniciativas seja relativamente efetiva e exitosa, em ambos os cenários se ocultam as origens dos conflitos. Individualiza-se toda sorte de sofrimento e se psicologizam problemas cujos determinantes são de natureza social ou institucional. Descarta-se que todo conflito psíquico tem em sua gênese um conflito social e que o mal-estar no trabalho tende a ser fruto de contradições estruturais não resolvidas pelas organizações de trabalho. No livro Trabalho, Sociologia Clínica e Ação: alternativas à individualização do sofrimento, o leitor poderá se aprofundar na construção de uma terceira via de ação, que o auxiliará a intervir no mundo do trabalho de forma sistêmica, mediante a análise das múltiplas faces dos conflitos que emergem nos grupos, compreendidas na articulação dialética de registros econômicos, sociais, institucionais e existenciais.
Paradoxos do Trabalho: As Faces da Insegurança, da Performance e da Competição (Appris, 2019)
Por que o mundo do trabalho é sentido de forma cada vez mais paradoxal? Quais os custos psicológicos do engajamento, da busca por destaque, visibilidade e exclusividade no trabalho? Como o excesso de pressão e cobrança pessoal são vivenciados atualmente nas empresas? Por que cada vez menos podemos manifestar nossas vulnerabilidades e fraquezas no ambiente corporativo e por que as vivências de sofrimento e mal-estar tendem a ser mais individualizadas nesses espaços?
Para responder a essas questões, o livro Paradoxos do Trabalho: as faces da insegurança, da performance e da competição explora os efeitos dos investimentos psíquicos e ideológicos existentes entre trabalhadores e empresas.
Responsáveis por nutrir um imaginário específico de progresso, sobretudo as grandes corporações, encarnam o símbolo máximo da eficiência, um novo polo de legitimação social, e amparam-se na promessa da realização de projetos específicos: ascensão vertiginosa, reconhecimento, visibilidade e destaque social. Paradoxalmente, à medida que a incerteza e a descartabilidade atingem seu auge, a preocupação volta-se à empregabilidade e, de modo oculto, predominam os sentimentos de descrença, sobrecarga, desconfiança, desencantamento, cansaço, instabilidade ou impotência diante da aridez do dia a dia nas empresas.
Neste livro, o leitor encontrará uma compreensão das origens desse fenômeno, vinculado a transformações culturais de nossa sociedade e aos modos de gestão predominantes nas organizações de trabalho.
Work, Clinical Sociology and Action: Alternatives to the Individualization of Suffering (Editora Fi, 2021)
Given the increase in professional instability, pressures, performance demands, and competitiveness have intensified in our society. When conflicts or significant suffering arise in the workplace, two common responses are often suggested: seeking out medical and/or psychological specialists who aim to alleviate human suffering or, more commonly in companies, calling upon specialized consultants in organizational development who manage conflicts to serve the profitability of the organization. Although these initiatives are relatively effective and successful, they often obscure the origins of the conflicts. All forms of suffering become individualized, and problems that have social or institutional determinants are psychologized. It is disregarded that every psychological conflict has a genesis in a social conflict and that work-related discomfort often results from unresolved structural contradictions within work organizations. In the book Work, Clinical Sociology and Action: Alternatives to the Individualization of Suffering, readers can explore a third path of action, helping them intervene in the world of work in a systemic way by analyzing the multiple facets of conflicts that emerge in groups. These conflicts are understood through the dialectical articulation of economic, social, institutional, and existential dimensions.
Paradoxes of Work: The Faces of Insecurity, Performance and Competition (Appris, 2019)
Why does the world of work seem to be more and more paradoxical? What are the psychological costs of engagement, the pursuit of recognition, visibility, and exclusivity in the workplace? How is the excess pressure and personal demand experienced in companies today? Why can we express our vulnerabilities and weaknesses less and less in the corporate environment, and why do experiences of suffering and discomfort tend to be more individualized in these spaces?
To answer these questions, the book Paradoxes of Work: The Faces of Insecurity, Performance, and Competition explores the effects of psychic and ideological investments between workers and companies.
Responsible for nurturing a specific imaginary of progress, especially the transnational companies, they embody the ultimate symbol of efficiency, a new pole of social legitimation, and rely on the promise of achieving specific projects: vertiginous ascension, recognition, visibility, and social prominence. Paradoxically, as uncertainty reaches its peak, concern turns to employability and, hiddenly, feelings of disbelief, overload, distrust, disenchantment, exhaustion or powerlessness predominate in organizations.
In this book, the reader will find an understanding of the origins of this phenomenon, linked to cultural transformations in our society and to the predominant management methods in work organizations.
Artigos, Capítulos e Relatórios de Pesquisa | Papers, Book Chapters and Research Reports
2024
Viana Braz, Matheus., Carreteiro, Teresa Cristina. (2024). Psicossociologia e Sociologia Clínica: Eugène Enriquez e a errância das experimentações. In: Viana Braz, Matheus., Silva, Pedro, Henrique Isaac., Carreteiro, Teresa Cristina., Nunes, Christiane Girard Ferreira. (2024). (Orgs.) Sociologia Clínica e Psicossociologia: teorias e práticas. pp. 267-294. Cachoeirinha: Editora Fi.
Viana Braz, Matheus., Silva, Pedro, Henrique Isaac., Carreteiro, Teresa Cristina., Nunes, Christiane Girard Ferreira. (2024). Sobre as abordagens sócio-clínicas: Sociologia Clínica e Psicossociologia. In: Viana Braz, Matheus., Silva, Pedro, Henrique Isaac., Carreteiro, Teresa Cristina., Nunes, Christiane Girard Ferreira. (Orgs.) Sociologia Clínica e Psicossociologia: teorias e práticas. pp. 9-32. Cachoeirinha: Editora Fi.
Viana Braz, Matheus., Biazzi, Amanda T., Cuffa, Caroline, Mendes, Thiago C., Santos, Victor M., Ferreira, Yasmin. A. (2024). Plataformização do trabalho na Psicologia Clínica: atendimentos online, tecnoestresse e produção de conteúdos em mídias sociais. Relatório de Pesquisa LATRAPS Research Lab.
Antonio A. Casilli, Paola Tubaro, Maxime Cornet, Clément Le Ludec, Juana Torres-Cierpe, Viana Braz, Matheus. Global Inequalities in the Production of Artificial Intelligence: A Four-Country Study on Data Work. In: Jack Qiu, Shinjoung Yeo, Richard Maxwell. (Orgs.). The Handbook of Digital Labor, Wiley Blackwell, In press.
Viana Braz, Matheus; Tubaro, Paola; Casilli, Antonio A (2024). Fabricar os dados: o trabalho por trás da Inteligência Artificial. In: Ricardo Festi; Jörg Nowak. As novas infraestruturas produtivas: digitalização do trabalho, e-logística e indústria 4.0. pp.105-120. São Paulo: Boitempo.
Oliveira, Cathana Freitas; Viana Braz, Matheus; Bandini, Márcia; Lucca, Sérgio Roberto. Um paradoxo chamado Brasil. In: Matheus Viana Braz; Márcia Bandini. (Org.). Vincent de Gaulejac e Fabienne Hanique. Capitalismo paradoxante : um sistema adoecedor.. 1ed.São Paulo: Huctitec, 2024, v. 1, p. 15-32.
2023
Couto, Maria Fernanda Flausino; Viana Braz, Matheus. Da perspectiva nosográfica à sócio-clínica: desafios para o diagnóstico da Síndrome de Burnout. Revista Laborativa, v. 12, n. 02, p. 06-32, 2023.
Viana Braz, Matheus; Tubaro, Paola; Casilli, Antonio A., (2023). Microwork in Brazil: who are the workers behind Artificial Intelligence? Research Report DiPLab & LATRAPS.
Viana Braz, Matheus; Tubaro, Paola; Casilli, Antonio, A., (2023). Microtrabalho no Brasil: quem são os trabalhadores por trás da inteligência artificial? Relatório de Pesquisa DiPLab & LATRAPS.
Santos, I. T; Couto, M. F. F.; Pereira, M. M.; Viana Braz, M. (2023). Síndrome de Burnout em professores durante a pandemia da COVID-19. Psicologia em Pesquisa (UFJF), v. 17, n. 02, p. 01-24.
Viana Braz, M. (2023). Condições de trabalho e saúde dos trabalhadores nas plataformas de microtarefas no Brasil. In: Guilherme Elias da Silva; João Guilherme Domingues Iglézias; Francisco hashimoto. (Org.). Psicologia e Trabalho: desafios e perspectivas. 1ed.Curitiba: CRV, v. III, p. 15-32.
Viana Braz, M.; Santos, I. T.; Couto, M. F. F. Saúde do trabalhador e os impactos psicossociais do trabalho remoto docente durante a pandemia da COVID-19. 1 ed. São Paulo: FiloCzar, 2023, v.1, p. 310-321.
2022
Viana Braz, M.; Mendes, T. C.; Ferreira, Y. A. (2022). Ideologia gerencialista e plataformas de treinamentos de dados para Inteligência Artificial (IA): condições de trabalho e saúde dos trabalhadores no Brasil. RECIIS - Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, 16(1): 759-784.
2021
Viana Braz, M.; Vianna, C. D.; Bertolaccini, V. C.; Ramos, P. S.; Silva, A. C. S. (2021). Turkerização e gestão algorítmica do trabalho em plataformas de microtarefas. Revista Conversas em Psicologia, 1(2): 01-16.
Viana Braz, M. (2021). Heteromação e Microtrabalho no Brasil. Sociologias (UFRGS), 23(1): 134-172.
2020
Viana Braz, M. (2020). A pandemia da COVID-19 (SARS-CoV-2) e as contradições do mundo do trabalho. Revista Laborativa, 9(1):116-130.
Viana Braz, M.; Casadore, M. M.; Hashimoto, F. (2020). Intervenção em Psicossociologia: a construção da escuta e a implicação nas organizações. Psicologia em Estudo (Online), v. 25, p. e48468.
Viana Braz, M.; Casadore, M. M.; Hashimoto, F. (2020). Psychosociological Intervention: the listening construction and the implication in organizations. Psicologia em Estudo (Online), 25: e48468-15.
Gaulejac, V.; Viana Braz, M.; Silva, G. E. (2020). Por que o mundo do trabalho se torna paradoxal? Consequências para as pessoas, as instituições e à política. Psicologia em Estudo (Online), v. 25, p. e48212-10, 2020.
Gaulejac, V.; Viana Braz, M.; Silva, G. E. (2020). Why does the world of work become paradoxical? Consequences for people, institutions and politics. Psicologia em Estudo (Online), v. 25:e48212.
Viana Braz, M.; Hashimoto, F. (2020). Grupos de Implicação e Pesquisa e Organidrama como dispositivos de pesquisa e intervenção no mundo do trabalho. Laboreal (Porto. Online), 16: 01-24.
Viana Braz, M. (2020). Sociologia Clínica. In: Maria Luiza Gava Schmidt. (Org.). Dicionário temático de saúde/doença mental no trabalho: principais conceitos e terminologias. 1ed.São Paulo: FiloCzar, v. 1, p. 411-413.
Viana Braz, M. (2020). Emoções. In: Maria Luiza Gava Schmidt. (Org.). Dicionário temático de saúde/doença mental no trabalho: principais conceitos e terminologias. 1ed.São Paulo: FiloCzar, v. 1, p. 172-175.
Viana Braz, M. (2020). Hiperatividade Laboral. In: Maria Luiza Gava Schmidt. (Org.). Dicionário temático de saúde/doença mental no trabalho: principais conceitos e terminologias. 1ed.São Paulo: FiloCzar, v. 1, p. 242-244.
Viana Braz, M. (2020). Individualismo. In: Maria Luiza Gava Schmidt. (Org.). Dicionário temático de saúde/doença mental no trabalho: principais conceitos e terminologias. 1ed.São Paulo: FiloCzar, v. 1, p. 256-259.
Viana Braz, M. (2020). Mecanismos de Defesa. In: Maria Luiza Gava Schmidt. (Org.). Dicionário temático de saúde/doença mental no trabalho: principais conceitos e terminologias. 1ed.São Paulo: FiloCzar, v. 1, p. 279-281.
2019
Zanetti, L. F.; Viana Braz, M. (2019). La laïcité de la psychologie en question : réflexions à partir du cas brésilien. Les Cahiers de Psychologie Politique, 34 :1-10.
Marangoni, V. X. C.; Viana Braz, M. (2019). Produtividade e imediatismo na clínica: estereótipos da psicologia na hipermodernidade. In: Marco Antonio Almeida Ruiz; Ligia Mara Boin Menossi de Araújo. (Org.). Das condições de enunciabilidade no discurso científico: o caso dos estereótipos. 1ed.Araraquara: Letraria, v. 1, p. 176-193.
2018
Viana Braz, M.; Hashimoto, F. (2018). Significações Imaginárias Sociais e Novos Modos de Sofrimento no Trabalho: Contribuições a Partir da Sociologia Clínica. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 11:339-362.
Viana Braz, M. (2018). A reificação das emoções e a negação do sofrimento no trabalho contemporâneo. Revista Eletrônica Espaço Acadêmico (Online), 18: 1-11.
2017
Peres, R. S.; Hashimoto, F.; Casadore, M. M.; Viana Braz, M. (2017) (Orgs.). Sujeito contemporâneo, saúde e trabalho: múltiplos olhares. 1. ed. São Carlos: EdUFSCar, v. 1. 429p.
2016
Marangoni, V. C. X.; Viana Braz, M.; Hashimoto, F. (2016). Bullying e assédio moral no trabalho: expressões do narcisismo contemporâneo. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 19: 109-122.